LIVRO ESPECIALMENTE INDICADO PARA quem está em busca de uma história erótica que foge dos padrões, que não se encaixa no molde de família Doriana e que promete mexer com as emoções. Para ler quando o objetivo é embarcar em uma narrativa quente, com homens gostosos em foco, e com um trio mostrando que um é bom, dois é bom e três é demais.
Não é mais surpresa para muita gente, já que anunciei aos quatro cantos do mundo, que curto muito um romance gay. Creio que o que me prende tanto aos romances desse gênero, é a força e a coragem que a maioria dos personagens demonstra ter. Consigo apenas imaginar como, em nossa sociedade medíocre, é difícil ser quem você é, e ter que lidar com a ignorância de certas pessoas, apenas por amar quem você ama.
Como hétero, para mim, é muito cômodo amar um homem. Já para aquela mulher que ama outra mulher, ou para aquele homem que ama outro homem, foi e ainda é uma luta viver em uma sociedade como a nossa. Mas ainda não perdi as esperanças que o mundo vai mudar, aos poucos já está mudando, e por fim iremos aceitar os seres humanos do jeito que eles são, por dentro e por fora, sem máscaras ou ilusões.
Dito isso, posso começar a divagar a respeito do meu novo xodó. Antes de tudo, esses dois livros são para aquelas pessoas que têm corações fortes, um romance dark que vai te prender do começo ao fim. Essa história vai colocar o mundo certinho de vocês de cabeça para baixo. A maioria dos romances M/M que li sempre foram muito doces, bem romantiquinhos, fofinhos. Porém, nessa duologia, coloquei tudo que aprendi sobre romances gay para trás e me joguei em um livro nada convencional repleto de amor, paixão, preconceitos, traumas… E tirei, de uma vez por todas, a dúvida de que a Riley Hart é a rainha desse gênero!
Mencionei também que esse casal na verdade é um trio? Pois é, essa história não é apenas de dois homens apaixonados um pelo outro, e sim o romance de três homens que se amam loucamente, igualmente, e que são capazes de tudo e mais um pouco para ficarem juntos. Eu me apaixonei por cada um deles, pelo o advogado, pelo membro de gang, e pelo menino com estrelas nos olhos. Mateo, Josiah e Tristan.
Nothing in this world was complerely black or white. Wrong or right. Or if it was, what mattered was whose eyes it was being seen from.
A história começa com o Josiah e Mateo, ainda adolescentes, um com 16 anos e o outro com 17 anos. Pelo acaso do destino, Mateo vai parar na mesma casa que o Josiah vive com sua família adotiva, depois de seu pai ter sido preso por tráfico de drogas, o serviço social o coloca na mesma família de Josiah. Dessa forma a gang em que ele foi criado, não pode pegá-lo. Já o Josiah perdeu seus pais cedo, e passou por várias casas adotivas.
Logo de início ambos não conseguem se comunicar, Mateo por ser fechado e o Josiah por ser tímido. Mas com o tempo, esses dois vão criando um forte laço de amizade, até que se torna algo mais. Mais forte, mais intenso. E se veem apaixonados um pelo outro. Josiah aos poucos mostra ao Mateo que ele é merecedor de receber amor, de amar e ser amado. Mateo nunca enfrentou sua opção sexual, primeiro por ter sido criado ao redor de pessoas intolerantes e segundo por ter passado por situações na sua infância que o moldaram em quem é atualmente. Já o Josiah sempre soube que era gay, mas nunca havia sentido nada por ninguém, até que eles se encontram. Sempre teve um coração enorme, e é o tipo de pessoa que consegue tirar o melhor de qualquer pessoa e situação.
Durante um tempo eles passam a ficar juntos em segredo, até que tudo dá errado e Mateo precisa deixar Josiah e seguir para NYC, bem perto do local que sua antiga gang fica. O que o deixa surpreso mesmo, é que Josiah também foge de casa para encontra-lo. E nada, quero dizer nada mesmo é fácil para esses meninos. Eles começam então a passar um tempo morando na rua, sobrevivendo do que o Mateo sempre foi ensinado a fazer, traficar. Mesmo assim, estando na pior situação, eles conseguem ser felizes, juntos eles são mais fortes. Apesar de que o Mateo sinta culpa por não poder oferecer o melhor para o Josiah, ele o protege, e isso é tudo o que ele sempre fez e quis.
Algum tempo passa e as coisas entram em colapso novamente, dessa vez o que estava ruim se torna terrível. E novamente Mateo e Josiah precisam se separar, sendo que agora por quase 9 anos. Nesse meio tempo, Josiah tenta se encontrar, tenta perseguir o sonho que eles sempre desejaram. Apesar de se sentir vazio, de não ser mais quem ele era.
All he knew was all those empty rooms inside him…
E como a vida gosta de nos surpreender de vez em quando, ela coloca o Tristan no caminho do Josiah. Gente, não sei nem como descrever o Tristan. Senti uma super ligação com ele. É o tipo de personagem que você torce para que no final tudo melhore para ele. Na verdade, seria injusto dizer que não senti isso pelos três. Porém, o Tristan consegue ser ainda mais intenso, mais fechado do que o Mateo, apesar de ambos possuírem traumas pesados e os carregarem até atualmente. Tristan ao se aproximar de Josiah, começa a sentir, pela primeira vez em sua vida. Percebe que, por mais que negue, ele precisa do Josiah.
Josiah sente que começou a ser quem era antes, a viver novamente, e ama o Tristan da mesma forma que continua a amar o Mateo. Intensamente, sem limites. Até que o Mateo volta para sua vida. Suas vidas, já que agora Tristan e Josiah estão juntos. Antes nada era fácil para o Josiah e o Mateo, assim como com o Tristan e Josiah também nada é fácil. Mas a luta se torna ainda mais difícil quando os três se juntam. Tristan, Mateo e Josiah.
Three broken me. Three broken pieces.
Tristan sempre soube de tudo a respeito do Mateo, e sabe que o Josiah sempre o amará. Então quando Mateo retorna, ele não esperava se vê em Mateo. Ele não esperava sentir o mesmo que sente pelo Josiah, não esperava precisar do Mateo. Com Josiah ele sente que pode ser salvo, que está vivo. Já sua conexão com o Mateo, é no sentindo de cada um achar um semelhante no outro. Por terem passados por situações parecidas quando eram mais novos, por se sentirem perdidos e vazios. Se foi linda a forma como Josiah e Mateo se apaixonaram, a forma como o Tristan e o Mateo se apaixonam é arrebatadora. Dessa forma os três se veem presos um ao outro. Josiah, sendo a cola que o mantém unidos, sendo a pessoa que os fazer sentir, que os ajuda a esquecer seus traumas. Juntos os três se tornam completos, parte de um todo.
Emotions don’t play by rules. That’s what makes them so incredible.
Essa é a base dos dois livros, a história é muito mais profunda que tudo isso que eu falei, muito mais intensa e surpreendente. Vi-me torcendo, sorrindo, arrancando os cabelos e chorando, com tudo o que eles passam e passaram. Fico em êxtase quando a leitura me faz sentir tudo isso, como se eu tivesse lá dentro da história com eles, sentindo tudo o que eles sentiam. E como se não bastassem os protagonistas serem fantásticos, a autora teve que
escrever sobre personagens secundários maravilhosos. Como é o caso do Ben, da Rhonda, mãe do Tristan, e do Elliot.
No primeiro livro me senti em uma montanha russa de emoções, cada vez que percebia que mais um ano estava passando ficava angustiada que as coisas ainda iam piorar antes de melhorarem. Torcia com todas as forças para que tudo terminasse bem no final. Também no primeiro livro muitos anos se passam, já no segundo a maioria das coisas
acontecem no mesmo ano, até por que começamos o segundo livro já com o Tristan, Mateo e Josiah juntos. Mas não se iludam, apesar de estarem juntos e felizes, nada é perfeito. Falei lá em cima que Broken Pieces e Full Circle formam uma duologia, mas na verdade eles fazem parte de uma trilogia, porém o terceiro livro é do Ben! o/ <3 A má notícia é que os livros foram publicados apenas em inglês. 🙁
Não gostei tanto das capas, eles mereciam uma capa mais bonita, mas ainda bem que isso não interfere em nada, né?! Amei, me apaixonei perdidamente pela história desses três. Se vocês curtem romance dark, uma história onde nada é totalmente perfeito, com protagonistas apaixonantes, não deixem de ler Broken Pieces.