LIVRO ESPECIALMENTE INDICADO PARA quem gosta de contos, para quem busca textos curtos e cheios de sentido, para que aprecia narrativas que falam sobre questões muito humanas, como: ausência, vida, morte, saudade, amor.
Adoro livros que falam sobre questões existenciais. E essas questões, muitas vezes tão comuns, podem ser retratadas de diversas maneiras e escritas para públicos variados. A vida, o sentido dessa vida, a morte, a repercussão desse deixar de existir, a família e seu papel na construção da nossa personalidade, o ser o que se é… Tudo isso me interessa. São temas comumente encontrado em romances, fantasias, distopias, ficções ou livros de terror. A literatura e a arte de maneira geral costumam transformar o comum em belo.
O que não existe mais, livro de estreia de Krishna Monteiro, permite que o leitor entre em contato com diversos desses temas, distribuídos em sete contos. A principio o leitor pode imaginar que cada uma dessas histórias, por se passar em tempos distintos, com ambientações diversas e narradores muito diferentes entre si, falará cada uma
sobre um determinado assunto. De certa forma falam, mas penso que a essência de todos os contos é basicamente a mesma: a dor, a falta, a ausência, a saudade… Tudo aquilo que fica quando algo ou alguém se vai.
“O que não existe mais, quase sempre é, o que subsiste; aquilo cuja existência se torna praticamente insuportável para quem vive do que existe. O que não existe mais existe até demais”.
A unicidade da escrita, poética, sensível e cheia de significados, pode assustar o leitor acostumado a narrativas mais simples ou diretivas. E essa escrita única atrelada à viagem existencial que o livro propõe ao leitor, mesmo que de maneira inconsciente, transforma esse livro diminuto – no que diz respeito ao tamanho físico – em uma obra por vezes difícil de ler. Isso porque, quem, afinal, gosta de encarar a certeza da finitude? Quem aprecia ter escancarada a dor da ausência daquele que se foi, aquela dor que a gente tenta encobrir com sorrisos nem sempre sinceros? Quem acha fácil perceber que tudo aquilo que não foi, poderia ter sido, se tivéssemos feito algo diferente? Quem acha fácil dar o último adeus, seja a alguém querido ou a si mesmo? Nem todo mundo, acredito.
“Sondo o ar. Estirado sobre uma maca a lhe servir de leito, ele, o corpo, ou ela, o corpo, cheira a vácuo e a ausência”.
Cada narrador alcança o leitor de alguma maneira, seja esse narrador um filho, um avô, um neto, o gato ou o galo; cada conto cumpre seu propósito de tocar o leitor – uns mais fortemente que outros – e promover um estado de introspecção reflexiva que pode tanto doer quanto ser libertadora. O que não existe mais é um livro para se ler devagar, quando o tempo não é exigente e o coração está aberto. É um livro que indico para quem não se importa em vivenciar esse tipo de imersão nos sentimentos. Para quem gosta de textos mais filosóficos e densos, mas com beleza singular.
Se eu fosse você, largaria esta arma. Poria no chão este revólver. Lançaria por terra a fria bala de aço destinada a explodir teu crânio. E ouviria, qual uma plateia, o primeiro, o segundo e o terceiro movimento da eterna sinfonia. Da eterna sinfonia que, como um sudário, enlaça e abraça o vento.
13 Comentários
Não gosto desse tipo de leitura . Pra mim ela se torna por vezes sombria e pesada, por isso prefiro evitar.
30 de janeiro de 2017 às 16:51Oi!
30 de janeiro de 2017 às 17:28Ainda não conhecia esse livro, e mesmo ele não sendo o tipo de livro que gosto de ler, fiquei interessada nessa historia, achei interessante ele nos trazer vários contos, e principalmente os temas escolhidos, que parecem ser bem emocionante e com certeza nos faz refletir, me deixando curiosa para ler !!
Hum,autor estreante,não conhecia.
30 de janeiro de 2017 às 17:54A capa é singela,bonita em sua simplicidade.
Gosto de leituras que abordam questões existenciais.
Adorei essa capa, é simples e convidativa. Adoro temas assim, com questões existenciais também, faz a gente pensar e repensar em muitas coisas.
30 de janeiro de 2017 às 18:42Não conhecia esse livro, mas é sempre bom a gente ler opiniões de diversas obrar né?!
Ótima resenha,
Beijos!
Achei o tema interessantes, algo que trata de questões existenciais também chama muito minha atenção. Mesmo que não goste de poesia, e este livro apresente uma escrita mais poética, me interessei pelo livro. Ótima resenha e dica.
30 de janeiro de 2017 às 19:36Abraço!
A Arte de Escrever
Oi Krisna.
30 de janeiro de 2017 às 21:23Não costumo ler livros com narrativa mais poética, pois acho um pouco cansativa/lenta.
Mas, deve ser um bom livro para aqueles que gostam de filosofia ou de refletir sobre algumas questões da vida.
Sempre gostei de livros com temas como esse, que nos faz refletir, e muitas vezes nos identificamos com as palavras simples, e direta. Muitas das vezes preferimos não ler, ou falar daquilo que nos machuca, a saudade daquilo que não existe mais, e acho que é exatamente isso que o livro traz para nós leitores. E a primeira vez que vejo falar dessa obra, e já estou encantada.
31 de janeiro de 2017 às 11:06Também sou fã desse tipo de leitura, ou de qualquer outra que de uma forma simbólica nos coloque para pensar sobre as coisas que deixamos pra lá e que são essenciais, a vida, a morte, o que já passou e não fizemos, isso tudo é um bom motivo para se escrever. WQuero ler sim, agora mais ainda sabendo que são contos!
31 de janeiro de 2017 às 14:58Não sou muito de ler livros que sejam mais poéticos, é que as vezes não consigo sentir muito bem o que o autor quer passar, é um pouco difícil pra mim.
31 de janeiro de 2017 às 15:35Acredito que por ser um livro assim e bem profundo é uma boa dica para os que gostam desse tipo de texto.
Olá, raramente leio livros assim, mas a capa e a resenha me deixou intrigado para conferir esta obra, que toca nossa alma e desafia nossa mente. Beijos.
31 de janeiro de 2017 às 19:03Oi Krisna…
31 de janeiro de 2017 às 20:32Não é costume meu fazer leituras com uma narrativa mais poética, mas me encantei com essa resenha e com certeza quero ler esse livro… Gosto de leituras que trazem a tona questões existenciais e nos fazem refletir… Espero adquirir em breve esse livro… Ah, amei a capa…
Beijinhos…
Senti que esse livro é bem profundo. Vez ou outra ainda leio algo poético mas não é um gênero que estou acostumada. Fiquei com muita vontade de ler este livro. Adoro quando a gente pode sentir e refletir quando acaba o livro.
31 de janeiro de 2017 às 22:11Oi!! A capa está linda, mas eu estou fugindo de contos mais do que o diabo da cruz hahahaha Essa parte de escrita poética tbm não fez muito pra me atrair. Sei lá, se é pra ter questão existencial eu prefiro que seja nomeio de uma fantasia ou ação ou aventura, e não no meio de contos poéticos e existencialistas, entende?? bjbj
1 de fevereiro de 2017 às 03:52